sábado, 7 de outubro de 2017

Os Atributos da Igreja (São Justino Popovich)

       Os atributos da Igreja são inumeráveis porque seus atributos são verdadeiramente os atributos do Senhor Cristo, o Deus-homem e, por meio dEle, os da Divindade Triuna. No entanto, os santos e os sábios Pais do Segundo Concílio Ecumênico, guiados e instruídos pelo Espírito Santo, reduziram eles no nono artigo do Símbolo da Fé em quatro - creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. Esses atributos da Igreja - unidade, santidade, catolicidade (sobornost) e apostolicidade - derivam da própria natureza da Igreja e de seu propósito. Eles definem clara e precisamente o caráter da Igreja Ortodoxa de Cristo, onde, como uma instituição e comunidade teantrópica, difere de qualquer instituição ou comunidade humana.


A Unidade e a Unicidade da Igreja

        Assim como a Pessoa de Cristo, o Deus-homem é uma e única, assim é a Igreja fundada por Ele, nEle e sobre Ele. A unidade da Igreja segue necessariamente da unidade da Pessoa do Senhor Cristo, o Deus-homem. Sendo um organismo organicamente integral e teantrópico, único em todos os mundos, a Igreja, de acordo com todas as leis do céu e da terra, é indivisível. Qualquer divisão significaria sua morte. Imerso no Deus-homem, ela é sobretudo um organismo teantrópico, e só então uma organização teantrópica. Nela, tudo é teantrópico: a natureza, a fé, o amor, o batismo, a Eucaristia, todos os santos mistérios e todas as santas virtudes, seus ensinamentos, toda sua vida, sua imortalidade, sua eternidade e sua estrutura. Sim, sim, sim; nela, tudo é cristificação, santificação, deificação, trinitarianismo e salvação, teantropicamente integral e indivisivel. Tudo nela é fundido organicamente e pela graça em um único corpo teantrópico, sob uma única Cabeça - o Deus-homem, o Senhor Cristo. Todos os seus membros - como pessoas sempre completas e invioláveis, mas unidas pela mesma graça do Espírito Santo através dos santos mistérios e das santas virtudes em uma unidade orgânica - compreendem um só corpo e confessam a única fé, que os une uns aos outros e ao Senhor Cristo.

      Os apóstolos portadores de Cristo são inspirados divinamente quando anunciam a unidade e a unicidade da Igreja, com base na unidade e na unicidade de seu Fundador: o Deus-homem, o Senhor Cristo e Sua personalidade teantrópica: "Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo." (I Cor. 3:11).

       Como os santos apóstolos, os santos pais e os professores da Igreja confessam a unidade e a unicidade da Igreja Ortodoxa com a sabedoria divina dos querubins e o zelo dos serafins. Compreensível, portanto, é o zelo ardente que animou os santos pais da Igreja em todos os casos de divisão e afastamentos, e a atitude severa em relação a heresias e cismas. A esse respeito, os santos concílios ecumênicos e santos concílios locais são primordialmente importantes. De acordo com seu espírito e atitude, sábia nas coisas pertencentes a Cristo, a Igreja não é apenas uma, mas também única. Assim como o Senhor Cristo não pode ter vários corpos, Ele não pode ter várias Igrejas. De acordo com sua natureza teantrópica, a Igreja é uma e única, assim como Cristo, o Deus-homem é um e único.

      Portanto, uma divisão, uma separação da Igreja é ontologicamente e essencialmente impossível. Uma divisão dentro da Igreja nunca ocorreu, nem pode acontecer, ao passo que a apostasia da Igreja ocorreu e continuará a ocorrer segundo a maneira daqueles ramos voluntariamente infrutíferos que, tendo murchado, se afastaram da Videira teantrópica eternamente viva - o Senhor Cristo (João 15: 1-6). De tempos em tempos, os hereges e os cismáticos se separaram e se afastaram da Igreja indivisível de Cristo e deixaram de ser membros da Igreja e partes de seu corpo teantrópico. Os primeiros a cair foram os gnósticos, depois os arianos, depois os macedonistas, depois os monofisitas, depois iconoclastas, depois os católicos romanos, depois os protestantes, depois os uniatas, e assim por diante - todos os membros da legião de hereges e cismáticos.

A Santidade da Igreja

    Por sua natureza teantrópica, a Igreja é, sem dúvida, uma organização única no mundo. Toda sua santidade reside em sua natureza. Na verdade, ela é a oficina teantrópica da santificação humana e, através dos homens, da santificação do resto da criação. Ela é santa como o corpo teantrópico de Cristo, cuja cabeça eterna é o próprio Senhor Cristo; e cuja alma imortal é o Espírito Santo. Portanto, tudo nela é santo: seu ensinamento, sua graça, seus mistérios, suas virtudes, todos os seus poderes e todos os seus instrumentos foram depositados nela para a santificação dos homens e de todas as coisas criadas. Tendo tornado-se a Igreja por Sua encarnação a partir de um amor incomparável para o homem, nosso Deus e Senhor Jesus Cristo santificou a Igreja por Seus sofrimentos, Ressurreição, Ascensão, ensino, milagres, oração, jejum, mistérios e virtudes; em uma palavra, por toda a Sua vida teantrópica.

       Por isso, o pronunciamento divinamente inspirado foi proferido: "... Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, e apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável". (Efésios 5:25-27)

     O fluxo da história confirma a realidade do Evangelho: a Igreja está transbordantes de pecadores. A presença deles na Igreja reduz, viola ou destrói sua santidade? Nem um pouco! Pois sua Cabeça - o Senhor Cristo e a Alma dela - o Espírito Santo, e seu ensinamento divino, seus mistérios e virtudes, são indissoluvelmente e imutavelmente santos. A Igreja tolera os pecadores, abriga-os e instrui-os, para que sejam despertados e levados ao arrependimento, à recuperação espiritual e à transfiguração; mas eles não impedem a Igreja de ser santa. Somente os pecadores não arrependidos, persistentes no mal e na iniquidade, são cortados da Igreja, seja pela ação visível da autoridade teantrópica da Igreja, seja pela ação invisível do juízo divino, para que assim a santidade da Igreja possa ser preservada. "Tirai pois dentre vós a esse iníquo." (I Cor. 5:13).

    Nos seus escritos e nos Concílios, os santos padres confessaram a santidade da igreja como sua qualidade essencial e imutável. Os Pais do Segundo Concílio Ecumênico a definiram dogmaticamente no nono artigo do Símbolo da Fé. E os concílios ecumênicos posteriores confirmaram pelo selo de seu consentimento.

A Catolicidade (Sobornost) da Igreja

       A natureza teantrópica da Igreja é inerente e abrangente, universal e católica: é teantropologicamente universal e teantropologicamente católica. O Senhor Cristo, o Deus-homem, por Si mesmo e em Si mesmo perfeitamente e integralmente uniu Deus e o Homem e, através do homem, todos os mundos e todas coisas criadas a Deus. O destino da criação está essencialmente ligado ao do homem (Romanos 8: 19-24). Em seu organismo teantrópico, a Igreja abrange: "todas as coisas criadas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades" (Colossenses 1:16). Tudo está no Deus-homem; Ele é a Cabeça do Corpo da Igreja (Colossenses  1: 17-18).

        No organismo teantrópico da Igreja, todos vivem na plenitude de sua personalidade como uma célula viva e divina. A lei da catolicidade teantrópica abrange tudo e age através de todos. Todo o tempo, o equilíbrio teantrópico entre o divino e o humano é sempre devidamente preservado. Sendo membros do corpo dela, nós, na Igreja, experimentamos a plenitude do nosso ser em todas as suas dimensões divinas. Além disso: na Igreja do Deus-homem, o homem experimenta seu próprio ser como todo abrangente, como teantropologicamente abrangente; ele se experimenta não só como completo, mas também como a totalidade da criação. Em uma palavra: ele se experimenta como um deus-homem pela graça.

        A catolicidade teantrópica da Igreja é, na verdade, uma cristificação incessante de muitos pela graça e a virtude: tudo é reunido em Cristo, o Deus-homem, e tudo é experimentado por meio dEle, como um, como um único organismo teantropópico indivisível. Pois a vida na Igreja é uma catolicização teantrópica, uma luta para adquirir pela graça e virtude a semelhança do Deus-homem, a cristificação, a theosis, a vida na Trindade, a santificação, a transfiguração, a salvação e a imortalidade. A catolicidade teantrópica na Igreja é refletida e alcançada através da pessoa eternamente viva de Cristo, o Deus-homem que, da maneira mais perfeita, uniu Deus ao homem e a toda a criação, que foi purificada do pecado, do mal e da morte pelo precioso sangue do Salvador (cf. Col. 1: 19-22). A pessoa teantrópica do Senhor Cristo é a própria alma da catolicidade da Igreja. É o Deus-homem que sempre preserva o equilíbrio teantrópico entre o divino e o humano na vida católica da Igreja. A Igreja está transbordando com o Senhor Cristo, pois ela é "a plenitude daquele que enche todas as coisas" (Efésios 1:23). Portanto, ela é universal em cada pessoa que se encontra dentro dela, em cada uma de suas pequenas células. Essa universalidade, essa catolicidade ressoa como trovão, particularmente através dos santos apóstolos, através dos santos pais, através dos santos concílios ecumênicos e locais.

A Apostolicidade da Igreja

        Os santos apóstolos foram os primeiros deus-homens pela graça. Como o apóstolo Paulo, cada um deles, por sua vida integral, poderia ter dito de si mesmo: "já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim" (Gálatas 2:20). Cada um deles é um Cristo repetido; ou, para ser mais exato, uma continuação de Cristo. Tudo neles é teantrópico porque tudo foi recebido do Deus-homem. A apostolicidade não é senão a Deus-humanidade do Senhor Cristo, livremente assimilada por meio das santas lutas e das santas virtudes: fé, amor, esperança, oração, jejum, etc. Isso significa que tudo o que é do homem vive neles livremente através do Deus-homem, pensa através do Deus-homem, sente através do Deus-homem, age através do Deus-homem e deseja através do Deus-homem. Para eles, o Deus-homem histórico, o Senhor Jesus Cristo, é o valor supremo e o critério supremo. Tudo neles é do Deus-homem, por causa do Deus-homem, e no Deus-homem. E é sempre e em todos os lugares. Que para eles é imortalidade no tempo e espaço deste mundo. Assim, eles são - mesmo nesta terra - participantes da eternidade teantrópica de Cristo.

     Esta apostolicidade teantrópica é integralmente continuada nos sucessores terrenos dos apóstolos, portadores de Cristo: nos santos pais. Entre eles, em essência, não há diferença: o mesmo Deus-homem Cristo vive, age, anima e torna todos eternos em igual medida, Ele que é o mesmo ontem, hoje e sempre (Hb 13: 8). Através dos santos pais, os santos apóstolos vivem com todas as suas riquezas teantrópicas, os mundos teantrópicos, as santas coisas teantrópicas, os mistérios teantrópicos e as virtudes teantrópicas. Os santos pais, de fato, continuam como apóstolos, seja como personalidades divinas distintas, ou como bispos das igrejas locais, ou como membros dos santos concílios locais e ecumênicos. Para todos eles, há apenas uma Verdade, uma Verdade Transcendente: o Deus-homem, o Senhor Jesus Cristo. Eis que os santos concílios ecumênicos, desde o primeiro até o último, confessam, defendem, acreditam, anunciam e preservam com atenção um único valor supremo: o Deus-homem, o Senhor Jesus Cristo.

        A Tradição principal, a Tradição transcendente, da Igreja Ortodoxa é o Deus-homem vivo, Cristo, toda no corpo teantrópico da Igreja da qual Ele é a Cabeça imortal e eterna. Esta não é apenas uma simples mensagem, mas a mensagem transcendente dos santos apóstolos e dos santos pais. Eles conhecem Cristo crucificado, ressuscitado, ascendido. Todos, por suas vidas e ensinamentos integrais, com uma única alma e uma única voz, confessam que Cristo, o Deus-homem, está inteiramente em Sua Igreja, como em Seu Corpo. Cada um dos santos pais poderia repetir com razão juntamente com Máximo o Confessor: "De modo algum exponho minha própria opinião, mas aquilo que fui ensinado pelos pais, sem mudar nada em seus ensinamentos".

        E da proclamação imortal de São João de Damasco ressoa a confissão universal de todos os santos pais que foram glorificados por Deus: "Tudo o que nos foi transmitido através da Lei, dos profetas, dos apóstolos e dos evangelistas, nós recebemos, conhecemos e estimamos muito, e além disso, não pedimos mais nada... Fiquemos plenamente satisfeitos com isso, e descansemos ali, sem remover os antigos marcos (Provérbios 22:28), nem violando a Tradição divina". E então, a admoestação paterna e comovente do santo Damasceno, dirigida a todos os cristãos ortodoxos: "Portanto, irmãos, nos firmemos sobre a rocha da fé e a Tradição da Igreja, não removendo os marcos estabelecidos pelos nossos santos pais, nem dando espaço a quem está ansioso para introduzir novidades e minar a estrutura da santa Igreja ecumênica e apostólica de Deus. Pois, se todos fossem autorizados a mão livre, pouco a pouco todo o Corpo da Igreja seria destruído".

        A Sagrada Tradição é inteiramente do Deus-homem, inteiramente dos santos apóstolos, inteiramente dos santos pais, inteiramente da Igreja, na Igreja e pela Igreja. Os santos pais não são senão os "guardiões da tradição apostólica". Todos eles, como os próprios santos apóstolos, são "testemunhas" de uma Verdade única e singular: a Verdade transcendente de Cristo, o Deus-homem. Eles pregam e confessam sem descanso, eles, as "bocas de ouro da Palavra". O Deus-homem, o Senhor Cristo é um, único e indivisível. Assim também a Igreja é única e indivisível, pois ela é a encarnação do Teantropos Cristo, que continua através das eras e por toda eternidade. Sendo assim pela sua natureza e na sua história terrena, a Igreja não pode ser dividida. Só é possível afastar-se dela. Essa unidade e singularidade da Igreja é teantrópica desde o início e através de todas as eras e toda a eternidade.

        A sucessão apostólica, a herança apostólica, é teantrópica do início ao fim. O que é que os santos apóstolos estão transmitindo aos seus sucessores como herança? O Senhor Cristo, o próprio Deus-Homem, com todas as riquezas imperecíveis de Sua inconcebível Personalidade teantrópica, Cristo - a Cabeça da Igreja, sua única Cabeça. Se não transmitir isso, a sucessão apostólica deixa de ser apostólica, e a Tradição apostólica é perdida, pois já não existe uma hierarquia apostólica e uma Igreja apostólica.

        A sagrada Tradição é o Evangelho do Senhor Cristo, e o próprio Senhor Cristo, a quem o Espírito Santo infunde em cada alma crente, em toda a Igreja. Tudo o que é de Cristo, pelo poder do Espírito Santo se torna nosso, humano; mas apenas dentro do corpo da Igreja. O Espírito Santo - a alma da Igreja, incorpora cada crente, como uma célula minúscula, ao corpo da Igreja e faz dele um "co-herdeiro" do Deus-homem (Efésios 3: 6). Na realidade, o Espírito Santo torna cada crente em um Deus-homem pela graça. Para que serve a vida na Igreja? Nada além da transfiguração de cada crente em um Deus-homem pela graça através de suas virtudes pessoais evangélicas; é o seu crescimento em Cristo, é vestir-se de Cristo ao crescer na Igreja e ser membro da Igreja. A vida de um cristão é uma teofania incessante e centrada em Cristo: o Espírito Santo, através dos santos mistérios e das santas virtudes, transmite Cristo o Salvador a cada crente, torna-o uma tradição viva, uma vida: "Cristo que é a nossa vida" (Col. 3: 4). Tudo de Cristo torna-se assim nosso, por toda a eternidade: Sua verdade, Sua justiça, Seu amor, Sua vida e Toda a sua Hipóstase divina.

        Sagrada Tradição? É o Senhor Jesus Cristo, o próprio Deus-homem, com todas as riquezas da Sua Hipóstase divina e, por meio dEle e por causa dEle, aquelas da Santíssima Trindade. Isso é completamente entregue e articulado na Santa Eucaristia, onde, por nossa causa e pela nossa salvação, a economia teantrópica da salvação do Salvador é realizada e repetida. Nela reside totalmente o Deus-homem com todos os seus dons maravilhosos e milagrosos; ele está lá, e na vida da Igreja de oração e liturgia. Por tudo isso, a proclamação filantrópica do Salvador ressoa incessantemente: "E eis que estou sempre contigo, até o fim do mundo" (Mt 28, 20): Ele está com os apóstolos e, através dos apóstolos, com todos o fiéis, eternamente. Esta é toda a Sagrada Tradição da Igreja Ortodoxa dos apóstolos: vida em Cristo = vida na Santíssima Trindade; crescimento em Cristo = crescimento na Trindade (Mt 28, 19-20).

        De extraordinária importância é o seguinte: na Igreja Ortodoxa de Cristo, a Sagrada Tradição, sempre viva e vivificante, compreende: a santa liturgia, todos os serviços divinos, todos os santos mistérios, todas as santas virtudes, a totalidade da verdade eterna, a justiça eterna, todo o amor, toda a vida eterna, todo o Deus-homem, o Senhor Cristo, toda a Santíssima Trindade e toda a vida teantrópica da Igreja em sua plenitude teantrópica, com a Toda-Santa Theotokos e todos os santos.

      A personalidade do Senhor Cristo, Deus-homem, transfigurado dentro da Igreja, imerso no mar de graça orante, litúrgica e ilimitada, completamente contido na Eucaristia e inteiramente na Igreja - esta é a sagrada Tradição. Esta autêntica boa nova é confessada pelos santos pais e pelos santos concílios ecumênicos. Pela oração e piedade, a santa Tradição é preservada de todo demonismo humano e do humanismo diabólico, e nela é preservado todo o Senhor Cristo, Ele que é a Tradição eterna da Igreja. "Grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne" (I Tim. 3 16): Ele manifestou-se como homem, como Deus-homem, como a Igreja e por Seu ato filantrópico de salvação e deificação da humanidade, Ele magnificou e exaltou o homem acima dos santos querubins e serafins.

Nenhum comentário:

Postar um comentário